sábado, 10 de outubro de 2009

Acidente de percurso

Quando comecei a minha vida de cidadão da Anhangüera, eu viajava todos os dias de carro.
Sol, chuva, neblina, fumaça, sujeira na pista, motoristas irresponsáveis, animais na pista, motoqueiros sem noção, caminhoneiros - mais dormindo do que acordados -, buracos, pessoas atravessando a pista (isso acontece embaixo da passarela), congestionamentos e outras coisas que fazem parte do cotidiano da rodovia eram muito mais próximos da minha armadura de lata e vidro.
Com o tempo, as mudanças aconteceram e a opção pelo ônibus se mostrou a mais segura e tranquila. Posso ler, dormir, escrever, conversar, atender telefone celular e ainda rende histórias para o Blog. Tudo bem que é necessário acordar mais cedo e o retorno é mais tarde, mas ainda assim é a melhor escolha, para mim.
Se estamos em dia de chuva a tensão não atingi na mesma proporção de quando estamos no volante. Congestionamento não estressa, sol não atrapalha a visão e assim a sensação de segurança é maior. Os colegas de jornada se acostumam com a gente, os funcionários das rodoviárias e das empresas de ônibus viram personagens do dia a dia e assim formamos mais um universo.
Sexta-feira - como de costume - eu fui às 6h da manhã para Campinas e dentro da minha função profissional comecei a buscar por reportagens para a emissora de televisão que eu trabalho. No meio da manhã veio a informação de um acidente na Anhangüera, acidente grave e vários veículos envolvidos, entre eles um ônibus da Caprioli, logo vem o estranhamento de quem usa sempre este veículo no transporte, mas por conta do momento e da função, não há tempo para ficar imaginando ou analisando os fatos. O primeiro passo é checar a informação junto aos Bombeiros e outras fontes, depois tirar a equipe de dentro de outra reportagem que estava sendo produzida em Piracicaba e fazer ela correr para Limeira. Tudo armado, após alguns minutos é hora de respirar fundo e continuar o dia, mas a vontade de divulgar a informação faz com que o Twitter seja usado para passar as primeiras notícias.
Com a equipe no local a repórter passou o nome das vítimas, puxa vida, que merda!!! Eles eram funcionários da viação e também conhecidos. Naquela manhã tinham feito a primeira viagem do dia quando eu estava no ônibus. A gente nunca imagina que o "bom dia" ao entrar no ônibus e o "muito obrigado" e também o "bom trabalho" ao sair, nem sempre acontecerão da maneira desejada.


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